A Andorinha-azul

A ANDORINHA-AZUL

Andorinhas-azuis são aves migratórias que se alimentam de insetos.

Como o nome sugere, são famosas por sua coloração azulada. Mas não são as únicas andorinhas de coloração azulada no Brasil e não permanecem aqui o ano todo.

Confira as abas abaixo para saber mais sobre essa ave!

O macho adulto da andorinha-azul é inconfundível: possui o corpo inteiro azul iridescente, ponta do bico curvada, asas curvas e peito largo. Dependendo da iluminação, o azul torna-se menos evidente e brilhante, e o animal pode parecer inteiro preto.

A fêmea adulta é mais acinzentada, com a cabeça e o dorso ligeiramente azulados. Seu ventre apresenta tons de cinza e branco e as penas que ficam sobre a cauda (chamadas de infra-caudais) têm uma fina borda branca.

Identificando Andorinhas

No Brasil ocorrem mais de 15 espécies de andorinhas, algumas delas muito semelhantes à andorinha-azul. O formato do corpo e a cor das penas são algumas características marcantes que confundem muitos observadores (iniciantes, intermediários e até mesmo avançados) na hora da identificação.Apesar de o aspecto da ave ser a principal característica usada na identificação das andorinhas, é importante ter informações sobre o seu comportamento e a seu padrão migratório, para ajudar a eliminar algumas possibilidades. Para mais detalhes, baixe o guia do projeto Andorinha-Azul que contém uma chave de identificação que pode ser facilmente impressa e levada em campo!

Subespécie é uma divisão de espécies. Diferentes populações de uma mesma espécie, mas que não reproduzem entre si por uma distância geográfica ou diferenças biológicas. A andorinha-azul é dividida em três subespécies que reproduzem em lugares diferentes, e constroem seus ninhos em diferentes estruturas

Morfologia


Distribuição

A andorinha-azul do leste é a subespécie com a maior população. Por causa do desmatamento e a competição com espécies exóticas por ocos de árvores para construção do ninho, a reprodução da andorinha-azul ocidental depende da ajuda de pessoas colocam ninhos artificiais em seus jardins e todos os anos recebem andorinhas na primavera do Hemisfério Norte.
Pela proximidade com os seres humanos é a subespécie mais estudada. Vários indivíduos já foram rastreados com GPS, assim foi possível conhecer os locais habitados por elas no Brasil. Essas aves vem para a região amazônica e formam bandos de dezenas a centenas de milhares de aves. Os ambientes mais usados por elas como dormitório são as copas de árvores em ilhas inundadas pela cheia dos rios.

A andorinha-azul do oeste reproduzem na costa oeste da América do Norte, da Colômbia Britânica (Canadá) até a Califórnia (EUA) e alguns estados do sudoeste. A maior parte dos indivíduos usa buracos em árvores para construir seus ninhos, apenas algumas populações dependem de ninhos feitos por humanos, e uma população na Califórnia constrói ninhos nos vãos de uma ponte. Poucas aves dessa subespécie foram rastreada durante a migração. e foram localizadas na costa do Rio de Janeiro e Espírito Santo, na Bahia e um indivíduo na região Centro-oeste.

A andorinha-azul do deserto é a mais desconhecida entre as três subespécies, ela se reproduz no deserto de Sonora, do sul do Arizona e Califórnia até o noroeste do México. Constroem ninhos em cavidades em cactos saguaros (Carnegiea gigantea), esse cacto é vulnerável às mudanças climáticas devido ao aumento de incêndios naturais, colocando em risco a permanência de andorinhas-azuis que precisam de cactos em idade avançada para a construção dos ninhos. Provavelmente, assim como as outras subespécies, a andorinha-azul do deserto enfrenta uma série de ameaças durante todo o ano, a falta de informações sobre a biologia da subespécie é o primeiro desafio para a ações que visem a sua conservação.

Antes da migração e durante sua estadia no Brasil, as andorinhas-azuis possuem um comportamento muito característico: elas se reúnem em bandos de centenas de indivíduos – às vezes até milhares – para repousar em antenas, árvores, fios ou outras estruturas humanas. Nem sempre esses bandos são exclusivamente de andorinhas-azuis. Muitas vezes eles contêm indivíduos de outras espécies, como a andorinha-doméstica-grande e a andorinha-do-campo.

No Brasil, este foi o fenômeno descrito por Rui Barbosa em seu texto que consagrou as andorinhas-azuis na literatura brasileira: “Era um, e logo após, são muitos, já vêm surdindo inumeráveis, já parecem infinitos; já se cruzam e recruzam; já se encontram e circulam; já se condensam e escurecem.”

As andorinhas tipicamente saem da America do Norte entre Agosto e Setembro e chegam no Brasil entre Setembro e Outubro, onde ficam até Abril ou Maio, podendo variar levemente de um ano ao outro. Elas não se reproduzem por aqui e nem fazem ninhos pois isso é feito na America do Norte entre Junho e Agosto. Os filhotes já estão prontos para migrar para o Brasil poucos dias depois de sair do ninho!